O coletivo I N T E R S T E L L A R RESIDENCY – from 19th of January to 16th of February 2017

Numa busca exploratória pelas inúmeras possibilidades do Lugar ≠ Espaço ≠ Não-Lugar, a proposta de instalação “Destino 6.6” se concentra no desafio de brincar com a sensorialidade e percepção do público. Por isso, propõe a utilização dos espaços expositivos como uma porta de entrada alternativa para o conhecimento das inúmeras possibilidades que a arquitetura vislumbra. A ideia inicial é valorizar os vãos componentes, de modo a desenhar luz nas sombras naturais de pisos e paredes, entendendo-as como causa e efeito transformadores de todo o ambiente.

Neste ponto, a intenção é que as estruturas físicas dos espaços se confundam com os fragmentos gráficos da instalação. A pré-concepção destes ambientes pretendem organizar e criar novas camadas nas estruturas dos prédios. Inicialmente, o plástico bolha como revestimento interno estendido desde o teto, servindo de elemento interativo aos “passageiros” que por ali entrarem ou saírem do prédio. Numa alusão ao braile, sistema de leitura com tato para os deficientes visuais, o plástico bolha se insere analogicamente como uma “folha de papel em branco” pronta pra ser “estourada-codificada” pelo público que se propuser a “escrever” poesias concretas no ar.

A poesia concreta “I N U M A N A S” se desenhará em braile paralelamente numa das fachadas paralelas disponíveis, colocando o público num vão transversal a arte gráfica “Templo Golden Gate”, projetada internamente por toda fachada. A arte

gráfica será como um tabuleiro poético dupla face, abastecida por repetitivas artes móveis intituladas de “Olhos de Hórus”. As quais, serão reproduzidas sob bolinhas de isopor presas por ventosas. A distribuição pela fachada servirá de algoritmos para complementar a sugestão de codificar/decodificar a leitura sistêmica do braile. No transitar deste edifício que continua recebendo todos os tipos de pessoas, essa obra pensa na interação das palavras ocultas da vida como algo não-dito, não-visto apenas tocado e sent/ido.

Deste modo, os questionamentos essencialistas da dupla se inserem dando sentido a obra instalada. Ao adentrar a área central do espaço, encontram-se 5 (cinco) “postais arquitetônicos poéticos” esticados no AR e presos por cabides. As peças frente/verso convidarão o público a introduzir-se no universo do ser pensante das artistas. De um lado, as ilustrações gráficas impressas em grande formato se assemelham aos modelos de plantas arquitetônicas. No verso, a poesia complementar narra a odisseia dessas passageiras carregadas de misticismo.

O projeto todo tem caráter temporário, desde a montagem das obras até os sentidos projetados para coexistir na instalação. As pranchas como “postais arquitetônicos poéticos” estarão pregadas em cabides que serão pendurados na area central dos espaços. Os postais serão impressas em papel sulfite A0, dessa maneira todas as estruturas existentes podem servir de suporte adequado para o peso das cinco obras expostas.

A arte “Templo Golden Gate”, sempre tentará estar disposta paralelamente as portas de acessos laterais dos espaços, de modo a ocupar o máximo desta área, formando uma espécie de nova camada estrutural. Criando um novo ambiente entre o salão principal do espaço e a entrada. Assim, a sala contará com um vão derramado” de plástico bolha. O planejamento conta com a pré-disposição de tais elementos – plástico bolha e bolas de isopor fixadas no vidro com ventosas – como propulsora interativa da poesia em braile “I N U M A N A S”. As instruções dessa obra estarão devidamente posicionadas na parede de entrada, onde ficará disposto o acesso alternativo proposto pelo coletivo.

Ao entrar no ambiente, o observador encontrara a “Caixa dos sentidos” fixada com ganchos removíveis e recheada de componentes interativo. O “monóculo” e “gravador” estará “escondido” atrás da cortina de plástico bolha. O acesso a esta obra estará disponíveis a todos os públicos, de modo que se sintam convidados a adentar corporalmente a obra, como faziam os referenciais fotógrafos do “lambe- lambe”.

O coletivo I N T E R S T E L L A R é formado por Juliana Polippo, produtora multimídia, graduada pela Universidade Santa Cecília em Santos (BRA), com especialização em Fotografia: práxis e o discurso fotográfico pela Universidade Estadual de Londrina (BRA) e Nicolle Maia, arquiteta, graduada pela Universidade Estadual de Londrina (BRA), Mestra em Design Sustentável pela Universidade de Sydney (AUS).

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