IP Poetry
EN | In IP Poetry several automats connected to the Internet—in different modules lodging a computer, a screen and a speaker—do real-time searches in certain websites, and, departing from a few phrases or keywords, start reciting the poems configured in their syntactic programming, by means of an audiovisual library of pre-recorded phonemes. The different search instructions (e.g., all of those sentences beginning with the words “Dream that I am”) and the recital mode and sequence will dictate the structure and form of each IP poem.
Using a proximity sensor, the system detects the presence of an audience and sends a command to the robots to start reciting the poems especially created for each event. At that point the internet search begins. The results are sent to the automatons (IP Bots), which convert the search results into the pre-recorded sounds and images of a moving human mouth.
As new text appears on a daily basis on the web, the poems recited maintain their structure, but the varying search results ensure a poem is never recited in the same way twice.
The IP Poetry project studies the role of poetry and of poets themselves. On one hand, as far as the construction of the robots is concerned, it highlights the increasing subjectivity of technology, which is endowed with certain artificially enhanced human features, in this case, memory and the ability to speak and listen. On the other hand, concerning the resulting poetic structures, it uses the virtual arrangement of the collective human memory found on the internet to compose poetry that has both mechanical and random elements.
Credits
Idea and audiovisual presentation produced and directed by: Gustavo Romano
Programming: Milton Laufer
Acknowledgments: Yuyo Nóe, Lidia Blanco, Margarita Paksa, Martín Weber, Carolina Romano y António Franco.
Funding: Award for the Advancement of Research at the international competition Vida 7.0, sponsored by the Telefónica Foundation Spain, 2004.
PT | Em IP Poetry, vários autómatos ligados à Internet — em diferentes módulos onde se instalaram um computador, um ecrã e um altifalante — realizam pesquisas em tempo real em determinados websites e, partindo de algumas expressões e palavras-chave, começam a recitar poemas configurados na sua programação sintática mediante uma biblioteca audiovisual de fonemas pré-gravados. As diferentes instruções de pesquisa (por exemplo, todas as frases começadas com as palavras “Dream that I am” (sonho que sou)) e o modo e sequência de recitação ditam a estrutura e a forma de cada poema IP. Usando um sensor de proximidade, o sistema deteta a presença de público e transmite uma ordem aos robôs para que comecem a recitar os poemas especialmente criados para cada evento. Neste momento, tem início a pesquisa na Internet. Os resultados são enviados para os autómatos (robôs IP) que convertem os resultados da pesquisa nos sons e imagens pré-gravados de uma boca humana em movimento. Uma vez que todos os dias aparecem textos novo na rede, os poemas recitados mantêm a sua estruturas, mas os diferentes resultados da pesquisa garantem que um poema nunca é recitado mais do que uma vez da mesma forma. O projeto de Poesia IP estuda o papel da poesia e dos poetas. Por um lado, no que diz respeito à construção dos robôs, sublinha a crescente subjetividade da tecnologia, que é dotada de certas características humanas otimizadas artificialmente, neste caso, a memória e a capacidade de falar e ouvir. Por outro lado, em relação às estruturas poéticas resultantes, o projeto usa a organização virtual da memória coletiva humana na Internet para compor poesia que se pauta por elementos mecânicos e aleatórios.
Ficha técnica
Ideia e apresentação audiovisual produzida e dirigida por
Gustavo Romano
Programação
Milton Laufer
Agradecimentos
Yuyo Nóe, Lidia Blanco, Margarita Paksa, Martín Weber, Carolina Romano e António Franco.
Financiamento Award for the Advancement of Research, prémio atribuído no concurso internacional Vida 7.0, patrocinado pela Fundação Telefonica, em Espanha, 2004.
Gustavo Romano
EN | Gustavo Romano is an artist who takes part in diverse media and practices such as installation, action art, net.art, video and photography, also creating singular objects or sculpture devices. He belongs to the kind of artist that favours the concept of “project” as opposed to “work”, with its connotation of closed creation, taken to a definite and unchangeable state. On the contrary, many of his projects generate different versions, or are presented in several phases of elaboration to finally branch or even mingle in new projects.
Romano uses above all the tools of our mediatic and technological current times, but as the Argentinean historian and art critic Jorge López Ayala put it, he takes those media and “he deviates them from their normal usage, he alters them, messes them up, using them once and again in a diverse way”.
Several reviews situate him in the frame on neo-conceptualism, although his case has more to do with Fluxus’ ideas of art as a game, enjoyment and paradox. In Romano’s work, this is perceived in its ironic component, in its intentional counter senses and in the elegance of the minimal (just to paraphrase Dick Higgins, one of Fluxus’ artists).
His works have been ehxibited in the New Museum of Contemporary Art, New York; Casa de América and Telefonica Foundation, Madrid; The Museum of Contemporary Art of Vigo; IFA Gallery, Bohn, Stuttgart and Berlin; Massachussets College of Arts, Boston; Cervantes Institute, Vienna, New York and Beijing.
Solo exhibitions at the MEIAC, Badajoz, Spain; Museo Tamayo, México; Museo de Arte Moderno, Buenos Aires; tha Ruth Benzacar Gallery, The Recoleta Culturl Centre, among others.
Since 1996 the artist has been one of the directors of the virtual space “Fin del Mundo” (The end of the World), which provides a platform for the circulation of net art projects. He was also the director of the Media Lab and the curator of the Virtual Space of the Cultural Center os Spain in Buenos Aires.
Gustavo Romano was won the Vida 7.0 – Incentive for Investigation by the Telefonica Foundation, Spain; the First Prize in Buenos Aires Video XII, the prize of the Argentine Critics Association, among others. On 2006 he won the Guggenheim Fellowship.
PT | Gustavo Romano é um artista que faz uso de diversos média e práticas, tais como a instalação, action arte, net-arte, vídeo e fotografia, criando também objetos singulares ou dispositivos escultóricos. Gustavo é o género de artista que privilegia o conceito de “projeto” por oposição ao de “obra”, com a sua conotação de criação fechada e elevada a um estado definitivo e imutável. Pelo contrário, muitos dos seus projetos geram versões diferentes ou são apresentados em diversas fases de elaboração, acabando por ramificar-se ou até misturar-se em novos projetos. O artista usa, acima de tudo, as ferramentas mediáticas e tecnológicas atuais, mas como diz o historiador e crítico de arte Jorge López Ayala, ele pega nesses meios de comunicação e “afasta-os o seu uso habitual, altera-os, baralha-os, usando-os várias vezes de diferentes formas”. Vários críticos situam Gustavo Romano na linha do neoconceptualismo, embora o seu trabalho tenha mais em comum com as ideias do movimento Fluxus sobre a arte, considerada como um jogo, prazer e paradoxo. Na obra de Gustavo Romano, isso transparece na sua componente irónica, nos seus contrassensos intencionais e na elegância minimalista (para parafrasear Dick Higgins, um dos artistas do Fluxus). As suas obras foram apresentadas no New Museum of Contemporary Art, em Nova Iorque, na Casa de América e na Fundação Telefonica, em Madrid, no Museum of Contemporary Art de Vigo, na IFA Gallery, Bona, Estugarda e Berlim, no Massachussets College of Arts, em Boston, e no Instituto Cervantes em Viena, Nova Iorque e Pequim. Expôs individualmente no MEIAC em Badajoz, Espanha, Museo Tamayo no México, Museo de Arte Moderno, em Buenos Aires, na Ruth Benzacar Gallery, no Recoleta Cultural Centre, entre outros. Desde 1996, o artista tem sido um dos diretores do espaço virtual “Fin del Mundo” (O Fim do Mundo), que fornece uma plataforma para a circulação de projetos de net-arte. Foi também o diretor do Media Lab e o curador do Espaço Virtual do Centro Cultural de Espanha em Buenos Aires. Gustavo Romano recebeu o Vida 7.0 – Award for the Advancement of Research da Fundação Telefonica, em Espanha, o Primeiro Prémio no Buenos Aires Video XII, o prémio da Associação de Críticos Argentinos, entre outros. Em 2006, recebeu a Bolsa Guggenheim.
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