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EN | Entropy, the second law of thermodynamics, is a measure of a system’s tendency towards spontaneous change. Entropy describes the process of increasing of disorder in the universe. All systems tend to progress in the direction of increasing entropy; differences between states and entities gradually disappear. Entropy also suggests an arrow of time: the process of entropy is irreversible.

As we die, the difference between us and our surroundings vanish. We give away the energy needed for sustaining life, we lose the coherent form of our body, and finally, we become dust. We see this happening to others, but never to ourselves: death is always for someone else. In the times of climate change and mass production of animal products and other commodities we can see that entropy and death ally with capitalist economy. The faster the commodities rot, the more effective is the circulation of capital. But despite the illusion of endless return of goods, this process is irreversible, as the law of entropy predicts. Individuals, species, tend to disappear.

The installation COMMUNITY consists of 5 video projections and sound. In each video is shown the cooling down of an animal’s body after its death, recorded by a heat-sensitive infrared camera. The videos are projected on round surfaces in life size. During the process the image of the animal slowly vanishes from the screen, as its body looses its heat. Spectators, gathered around the disappearing images, become part of the scenery. Durations of the videos vary from 2 to 5 hours time.

PT | Entropia, a segunda lei da termodinâmica, é uma grandeza que mede a tendência de um sistema para a mudança espontânea. A entropia descreve o processo de aumento da desordem no universo. Todos os sistemas tendem a progredir no sentido do aumento da entropia; as diferenças entre os estados e as entidades desaparecem gradualmente. A entropia também sugere uma seta no tempo: o processo de entropia é irreversível.

Quando morremos, desaparece a diferença que existe entre nós e o ambiente que nos rodeia. Nós libertamos a energia necessária para manter a vida, perdemos a forma coerente do nosso corpo e, por último, tornamo-nos pó. Vemos isto acontecer aos outros, mas nunca a nós próprios: a morte acontece sempre aos outros. Num momento de alterações climáticas e produção em massa de produtos animais e outras mercadorias, apercebemo-nos de que a entropia e a morte se aliam à economia capitalista. Quanto mais depressa as mercadorias se decompõem, mais eficaz é a circulação de capital. No entanto, apesar da ilusão do eterno retorno de bens, este processo é irreversível, tal como prediz a lei da entropia. Tanto os indivíduos como as espécies tendem a desaparecer.

A instalação COMMUNITY consiste em 5 projeções audiovisuais. Cada vídeo mostra o arrefecimento do corpo de um animal após a sua morte, gravado com uma câmara de infravermelhos termossensível. Os vídeos são projetados em superfícies curvas em tamanho real. Durante o processo, a imagem do animal desaparece lentamente do ecrã, à medida que o seu corpo vai perdendo calor. Os espetadores, reunidos à volta das imagens que vão desaparecendo, tornam-se parte do cenário. A duração dos vídeos varia entre 2 a 5 horas.

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Terike Haapoja

EN | Terike Haapoja (b.1974) is a visual artist, working and living in Helsinki, Finland.

Her work consists of videos, installations and performance projects, characterized by the innovative use of new media and new technology. Haapoja’s work deals with human – non-human relations and the clash of subjective experience of the world with objective knowledge of it.

Haapoja’s exhibition projects are usually highly spatial, using the tools adopted from theatre for creating immersive installation experiences. The exhibitions are built around thematic framing, and often include collaboration with professionals from other fields of studies.

She has had several solo and group exhibitions in Finland, Lisbon Prague, Paris and Oslo and also works as a director and visual designer in contemporary performance projects. Haapoja’s articles and essays have been published in all major art journals in Finland, as well as in international publications.

Haapoja has a master´s degree from the Theater Academy of Finland (dep. of Performance art and -theory) and from the Academy of Fine Arts in Finland. She is currently working on her artistic research PhD in the Academy of Fine Arts in Helsinki.

She was honored with Dukaatti-prize, one of Finlands most prestigious prizes for young artists in 2008, and with Finland Festivals’ Young Artist of the year –prize in 2007. She has received numerous project- and working grants from the Finnish State Art Fund and private foundations since 2001.

PT | Terike Haapoja (b.1974) Artista visual que vive e trabalha em Helsínquia, na Finlândia.

A sua obra consiste em vídeos, instalações e performances, caracterizados por uma utilização inovadora dos novos média e das novas tecnologias. A obra de Terike versa as relações humanas e não-humanas e o conflito da experiência subjetiva do mundo com o conhecimento objetivo do mesmo.

Os projetos da artista com vista a exposições são, geralmente, muito espaciais, usando as ferramentas adotadas do teatro para fazer das instalações experiências imersivas. As exposições são construídas em torno de um enquadramento temático e, muitas vezes, contam com a colaboração de profissionais de outras áreas de estudo.

A artista já expôs a solo e coletivamente na Finlândia, em Lisboa, Praga, Paris e Oslo e também exerce funções de diretora e designer visual em projetos de performance contemporânea. Os artigos e ensaios de Terike foram publicados em todas as revistas de arte mais importantes da Finlândia, bem como em publicações internacionais

Terike possui um mestrado pela Academia de Teatro da Finlândia (departamento de Arte e Teoria da Performance) e pela Academia de Belas-Artes da Finlândia. Atualmente, encontra-se a trabalhar na pesquisa para o seu doutoramento em arte na Academia das Belas-Artes de Helsínquia.

Recebeu o prémio Dukaatti, um dos prémios mais prestigiados para jovens artistas na Finlândia, em 2008, e o prémio de Jovem Artista do ano do Festival da Finlândia, em 2007. Desde 2001, tem recebido inúmeras bolsas de trabalho e para projetos, tanto do Fundo para as Artes do Estado Finlandês como de fundações privadas.

http://www.terikehaapoja.net/